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Protetor solar infantil: saiba qual é o mais seguro

Você já parou para pensar em quanto tempo seu filho passa sob o sol todos os dias? Brincadeiras no parque,…

Você já parou para pensar em quanto tempo seu filho passa sob o sol todos os dias? Brincadeiras no parque, passeios na praia, idas à escola ou até aquela voltinha de bicicleta no fim da tarde… tudo isso soma minutos preciosos de exposição solar. 

E embora o sol seja essencial para a produção de vitamina D e para o bem-estar das crianças, ele também pode causar danos silenciosos que se acumulam ao longo da vida.

Estima-se que cerca de 75% da exposição solar acumulada durante toda a vida aconteça até os 20 anos de idade. Ou seja, os cuidados com o sol precisam começar ainda na infância e o protetor solar infantil é um dos grandes aliados nessa missão.

Mas afinal: qual protetor solar é seguro para bebês e crianças? Como usá-lo corretamente? E será que todos os produtos são iguais?

Neste guia completo, vamos conversar sobre tudo isso de forma prática e baseada nas recomendações das principais sociedades pediátricas e dermatológicas do Brasil.


A radiação solar tem um efeito cumulativo: ou seja, os danos causados hoje só aparecem anos depois, na forma de envelhecimento precoce, manchas e até câncer de pele.

O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele é justamente a exposição precoce e intensa à radiação ultravioleta (UV), algo que pode começar ainda na infância, com aquelas “vermelhidões” após um dia de sol.

  1. Exposição crônica e repetida: acontece quando a criança está sempre ao ar livre, exposta ao sol diariamente, mesmo que em períodos curtos. São aquelas crianças que estão sempre bronzeadas (o que pode parecer saudável, mas é um sinal de que a pele está reagindo à radiação UV).
  2. Exposição intensa e curta: quando a criança fica muito tempo sob o sol de uma só vez, resultando em queimaduras visíveis. São os famosos “torrões” ou “vermelhões” após um dia de praia, piscina ou parque.

Durante os seis primeiros meses de vida, os bebês não devem ser expostos diretamente ao sol.

A pele deles é extremamente sensível e fina, com pouca produção de melanina (o pigmento natural que protege contra os raios solares). Além disso, nessa fase, o uso de protetor solar não é recomendado, pois os filtros químicos podem ser absorvidos e causar irritações ou reações alérgicas.

  • Prefira sombreamento natural (de árvores, varandas, guarda-sóis e sombrinhas);
  • Use roupinhas leves de algodão, de mangas longas e cores claras;
  • Aposte em chapéus de aba larga e bonés com proteção de nuca;
  • Evite o sol entre 10h e 16h, período de maior intensidade dos raios UV.

Durante passeios curtos (como o trajeto até o carro ou uma caminhada breve pela manhã), essas medidas são suficientes para manter o bebê protegido.


A partir dos seis meses de idade, o uso do protetor solar infantil já é liberado e deve se tornar parte da rotina da família.

Mas é importante escolher produtos específicos para o público infantil, pois eles contêm menos substâncias químicas e são formulados para peles mais delicadas.

  • Preferência por filtros físicos (minerais), especialmente em crianças menores.
  • Idade indicada: “para bebês” ou “infantil”;
  • FPS (Fator de Proteção Solar) 30 ou superior;
  • Proteção contra UVA e UVB (protetor “de amplo espectro”);
  • Hipoalergênico e sem fragrância;
  • Testado dermatologicamente e oftalmologicamente;

Nem todos os protetores solares agem da mesma forma. Eles podem ser divididos em dois grandes grupos:

Esses são os mais indicados para bebês e crianças pequenas. Eles formam uma barreira sobre a pele, refletindo e dispersando os raios solares (como um pequeno “espelho protetor”). Os principais ingredientes ativos são:

  • Óxido de zinco
  • Dióxido de titânio

Esses protetores costumam ter textura mais espessa e deixam um leve tom esbranquiçado ou rosado na pele, sinal de que estão realmente formando a camada protetora.

Dica: o protetor físico é ótimo para peles sensíveis e com tendência a alergias.

Agem de forma diferente: absorvem a radiação UV e a transformam em calor, impedindo que ela cause danos à pele. Embora eficazes, podem causar irritações em peles mais delicadas e por isso são mais recomendados para crianças maiores (acima de 5 anos) e adolescentes.

Muitos produtos combinam filtros físicos e químicos para ampliar a proteção, e isso é seguro, desde que sejam versões específicas para o público infantil.


A aplicação correta é tão importante quanto a escolha do produto.

  • Aplique o protetor solar infantil 20 a 30 minutos antes de sair ao sol, para permitir que ele se estabilize na pele.
  • Use uma quantidade generosa – nada de “pouquinho só no rosto”. É a camada uniforme que garante a proteção.
  • A cada 2 horas, especialmente se a criança estiver suando, se molhando ou se enxugando com toalha.
  • Após o banho de mar ou piscina, reaplique o protetor solar infantil mesmo que o produto seja “resistente à água”.

Dica extra: Associe sempre o uso do protetor solar infantil a chapéus, bonés, óculos e roupas com proteção UV. Cerca de 70% dos cânceres de pele ocorrem na face, então proteger o rosto é fundamental – inclusive lábios e orelhas!


Além do protetor solar infantil, as barreiras físicas são grandes aliadas. Atualmente existem roupas infantis com fator de proteção UV incorporado no tecido (ideais para dias de piscina, praia ou brincadeiras prolongadas ao ar livre).

  • Chapéus de aba larga ou bonés com protetor de nuca, para cobrir rosto, orelhas e pescoço.
  • Guarda-sóis e barracas: escolha modelos que bloqueiam raios UV (o tecido deve ter trama densa e ser escuro);
  • Óculos de sol com proteção UV400 (evite modelos apenas “decorativos”);

Muitos pais acreditam que quanto maior o número do protetor solar infantil, mais protegida estará a criança. Mas na prática, o FPS indica o tempo de exposição segura, e não necessariamente o “nível” de proteção. Veja a diferença real:

  • FPS 15 → bloqueia cerca de 93% dos raios UVB
  • FPS 30 → bloqueia 97%
  • FPS 50 → bloqueia 98%

Ou seja, a diferença entre FPS 30 e FPS 50 é pequena, mas o que muda é o tempo até precisar reaplicar. O essencial é aplicar corretamente e com regularidade.


Sim! Mesmo fora dos dias de praia, o sol continua agindo e os danos ocorrem também em momentos “inocentes”, como durante o trajeto até a escola ou no parquinho da tarde.

  • Passe o protetor solar infantil todas as manhãs no rosto, pescoço, braços e pernas (áreas expostas);
  • Reaplique se a criança suar muito ou brincar na água;
  • Mostre na prática: use você também, as crianças aprendem pelo exemplo.

Transforme o protetor solar em um ritual de cuidado e amor, e não em uma obrigação.


Se a pele da criança apresentar vermelhidão, coceira, descamação ou irritação após o uso do protetor solar infantil, interrompa o produto e procure orientação médica.

Dermatologistas e pediatras podem indicar versões específicas para peles sensíveis ou com histórico de alergias.

  • Fragrâncias ou corantes;
  • Álcool;
  • Conservantes agressivos.

Educar para o autocuidado também é parte da educação positiva. Explique à criança, desde cedo, que o protetor solar infantil é um escudo mágico que protege o corpo. Torne o momento divertido –  deixe-a participar, espalhar o produto, escolher o cheirinho (quando possível) ou brincar de “guerra de sol”.

Esses pequenos gestos constroem hábitos duradouros, e o cuidado com o corpo se transforma em um ato de amor próprio.


Proteger a pele das crianças é mais do que um cuidado estético, é um investimento em saúde para toda a vida. As queimaduras e exposições intensas que acontecem na infância deixam marcas que o tempo não apaga, mas a boa notícia é que a prevenção é simples e eficaz.

Incentive o uso diário do protetor solar infantil, escolha produtos adequados à idade, mantenha os hábitos de proteção física e ensine pelo exemplo. Assim, você estará não só cuidando da pele do seu filho, mas também ensinando-o a respeitar e proteger o próprio corpo.


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Cuida Criança

O Cuida Criança é um espaço criado com carinho para mamães, papais e todos os responsáveis que buscam entender melhor a saúde, o desenvolvimento e o bem-estar das crianças. Aqui, falamos sobre pediatria de forma clara, acessível e acolhedora — sempre com base na ciência, no respeito às fases da infância e na construção de vínculos fortes e saudáveis.

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