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Sono infantil: quantas horas seu filho deve dormir

Muitos pais se perguntam se aqueles despertares noturnos, as longas sonecas ou até mesmo a resistência para dormir fazem parte…

Muitos pais se perguntam se aqueles despertares noturnos, as longas sonecas ou até mesmo a resistência para dormir fazem parte do normal. O fato é que o sono infantil é um dos pilares mais importantes para o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças.

Durante a infância, cada hora de sono infantil tem um peso enorme: é nesse período que o cérebro organiza memórias, o corpo libera hormônios essenciais para o crescimento e o sistema imunológico se fortalece. Entender as necessidades de cada fase ajuda não apenas a promover saúde, mas também a construir uma rotina mais leve para toda a família.

Mas afinal, quantas horas seu filho deve dormir em cada idade? E como garantir noites mais tranquilas em meio à correria do dia a dia? Vamos responder essas perguntas ao longo deste artigo.


Imagine o corpo de uma criança como uma construção em constante crescimento. Assim como uma casa precisa de alicerces firmes, o organismo infantil precisa de sono para se estruturar.

  • O hormônio do crescimento é liberado;
  • As memórias e aprendizados se consolidam;
  • O sistema imunológico é fortalecido;
  • O equilíbrio emocional é restaurado.

Quando seu filho não dorme o suficiente, você provavelmente percebe sinais rápidos: irritabilidade, dificuldade de concentração, birras mais intensas ou até queda no rendimento escolar.


O sono infantil não é igual ao dos adultos. Ele passa por diferentes fases que se alternam ao longo da noite:

  • Sono REM: fase em que os olhos se movem rapidamente e o cérebro trabalha intensamente. É essencial para consolidar memórias, estimular a criatividade e favorecer o aprendizado.
  • Sono NREM: dividido em sono leve, moderado e profundo. No sono profundo, ocorre a liberação de hormônio do crescimento e a reparação do corpo.
  • Período de vigília: momento em que a criança está acordada, interagindo, aprendendo e brincando.

Nos primeiros meses de vida, o bebê ainda não tem o ciclo circadiano totalmente regulado. Isso explica porque os recém-nascidos dormem em pequenos blocos, sem distinguir bem o dia da noite. Aos poucos, esse ritmo vai se ajustando com a rotina da família e a exposição à luz natural.


Você já percebeu como, conforme seu filho cresce, as sonecas vão diminuindo e o sono noturno fica mais consolidado? Essa transição é esperada e faz parte do amadurecimento natural do organismo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estas são as recomendações de horas de sono por faixa etária:

  • 0 a 3 meses: 14 a 17 horas por dia
  • 4 a 11 meses: 12 a 15 horas por dia
  • 1 a 2 anos: 11 a 14 horas por dia
  • 3 a 5 anos: 10 a 13 horas por dia
  • 6 a 13 anos: 9 a 11 horas por noite
  • 14 a 17 anos: 8 a 10 horas por noite

Curiosidade: dormir uma hora a mais ou a menos do que o recomendado é aceitável e não traz prejuízos, desde que a criança esteja saudável, disposta e com bom desenvolvimento.


Você sabia que ainda dentro da barriga o bebê já tem influência no padrão de sono? Na gravidez, o ritmo circadiano da mãe impacta diretamente o bebê. Sons, movimentos e horários de repouso ajudam a moldar a sensibilidade dele ao ambiente.

O sono é fragmentado, dividido em ciclos de 2 a 4 horas, totalizando de 14 a 17 horas ao dia. Esse padrão irregular é parte da adaptação ao mundo externo.

O sono passa a ser mais previsível, com períodos noturnos mais longos e 1 a 2 sonecas durante o dia. A média é de 12 a 15 horas. É por volta dessa fase que muitos pais conseguem introduzir uma rotina de sono mais estável.

Dormem entre 11 e 14 horas. Muitas já abandonam uma das sonecas, mantendo apenas o sono noturno e, em alguns casos, uma soneca à tarde. Essa é uma fase de transição natural, mas que pode gerar resistência na hora de dormir.

Precisam entre 9 e 12 horas de sono. Como essa é a idade em que surgem mais compromissos (escola, atividades extracurriculares), é importante que os pais mantenham horários regulares para evitar privação de sono.

Mudanças hormonais, aumento da vida social e maior uso de telas podem atrapalhar o sono. Ainda assim, a recomendação é de 8 a 10 horas por noite. O desafio aqui é conciliar a rotina intensa com a necessidade de descanso.


Você já percebeu seu filho mais irritado, choroso ou com dificuldade de concentração após uma noite mal dormida? Isso não é coincidência.

  • Maior risco de obesidade;
  • Mais dificuldades de aprendizado;
  • Alterações de humor e comportamento;
  • Risco aumentado de doenças cardíacas no futuro.

Por outro lado, quando o sono infantil é respeitado, os benefícios são claros: crianças mais calmas, atentas, com mais energia e saúde.


A chamada higiene do sono é um conjunto de práticas simples que ajudam a preparar o corpo e a mente da criança para dormir.

  • Horários regulares: estabelecer rotina para dormir e acordar;
  • Ambiente confortável: quarto escuro, silencioso e arejado;
  • Ritual do sono: ler uma história, cantar uma música ou oferecer um banho morno antes de deitar;
  • Menos telas: evitar celular, TV e videogames pelo menos 1 hora antes de dormir;
  • Refeições leves: evitar alimentos pesados antes de dormir;
  • Rotina diurna saudável: exposição à luz natural durante o dia ajuda o corpo a diferenciar dia e noite.

Você pode estar se perguntando: “E se meu filho resistir na hora de dormir?” – essa resistência é comum, principalmente em crianças pequenas, que ainda não entendem os limites do próprio corpo. Por isso, uma rotina previsível e acolhedora pode fazer toda a diferença.


Nos primeiros meses de vida, é normal que o bebê acorde várias vezes. Isso acontece porque o ciclo circadiano ainda não está completamente formado e também porque ele precisa se alimentar com frequência. Aos poucos, o sono tende a se consolidar, principalmente a partir dos 6 meses.

A maioria dos bebês faz várias sonecas diurnas no primeiro ano. Entre 1 e 3 anos, geralmente permanecem apenas com uma soneca à tarde. A partir dos 4 ou 5 anos, muitas crianças deixam de cochilar durante o dia, embora algumas ainda precisem até os 6 anos.

A resistência é comum, principalmente quando a criança está animada ou com muita energia. Uma rotina previsível, com atividades relaxantes antes de dormir, pode ajudar. Evitar telas, oferecer um banho morno e contar uma história são estratégias eficazes.

Sim. Durante o desenvolvimento, é comum que a imaginação ativa das crianças traga sonhos intensos ou até terrores noturnos. Nesse caso, o mais importante é acolher a criança, transmitir segurança e manter uma rotina de sono consistente.

Nem sempre. Existe uma variação individual, algumas crianças podem se sentir bem dormindo uma hora a menos que a média recomendada. O que importa é observar se a criança está saudável, atenta, crescendo bem e sem alterações de comportamento.

Sim, tanto quanto dormir pouco. O excesso de sono pode ser sinal de algum desequilíbrio, como anemia ou até problemas neurológicos. Se o sono parece excessivo e acompanhado de outros sintomas (falta de energia, palidez, dificuldade de se alimentar), é importante conversar com o pediatra.


O sono infantil desperta muitas dúvidas, mas uma coisa é certa: respeitar o tempo de descanso de cada fase é um dos maiores presentes que você pode oferecer ao seu filho. Com amor, rotina e paciência, é possível transformar as noites em momentos de conexão e segurança


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Cuida Criança

O Cuida Criança é um espaço criado com carinho para mamães, papais e todos os responsáveis que buscam entender melhor a saúde, o desenvolvimento e o bem-estar das crianças. Aqui, falamos sobre pediatria de forma clara, acessível e acolhedora — sempre com base na ciência, no respeito às fases da infância e na construção de vínculos fortes e saudáveis.

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